sexta-feira, 8 de outubro de 2010

VMB – Resultado Fiel


Publicado: 17/09/2010 por Daniel Junior
Já disse no Aliterasom, diversas vezes, que sob julgamentos vorazes, ás vezes como inocentes, ás vezes como culpados, os artistas que seduzem o público neste momento não podem ser crucificados totalmente. São raros os momentos nas quais sou complacente com o que ouço, mas a percepção que eu tenho (ao menos agora) é que a atual geração do rock brasileiro é um fiel retrato da molecada (no bom sentido) brasileira.
Quando estamos nos espaços virtuais (orkut, facebook, twitter, messenger) vemos o quanto é arrogante, presunçosa, dona da verdade; meninos e meninas que a partir de 15 anos desferem ameaças, xingamentos, injúrias e todo o tipo de desvario pré-juvenil. Basta que lhe digam “não” e não são poucos, que neste período da vida, agem desta maneira. Concordo, que é uma fase de indecisões e revoltas (algumas sem causa), mas, o que se percebe, é que com o passar do tempo, tais mudanças estão cada dia mais intensas. A soberba e a falta de educação são marcas fortes desta geração.
Com a árvore da verdade (Google) à disposição de quem queira, adolescentes tornaram-se oráculos dos assuntos mais pueris da rasa saca de valores do século XXI, além de se tornarem importante nicho de consumo dos combos tortuosos dedicados aos seus maiores desejos. O hedonismo é a filosofia da cabecinha de cada menininho e menininha, que do seu player, aponta este ou aquele como o seu novo deus.
Dito isso, porque se espantar com os 5 (cinco) prêmios conquistados pelo Restart? Mais ainda: será que no Brasil continental, apenas Pitty é capaz de ser detentora pela ducentésima vez de um prêmio oferecido pela emeteve?
Por sua vez, a subsidiária brasileira do canal de música, só alimenta de forma voraz, o que deseja estes mesmos corações juvenis: música que  dispensa qualquer tipo de trabalho mental, emulando (verbo presente no jogo da vida e na vida de jogo) sentimentos desconhecidos em corações totalmente revelados.
O resultado de uma premiação sugerida pelo público através de todos os meios, acaba sendo a celebração do óbvio, do ululante, da redundância. Não há espanto e nem porque alimentar um ódio por quem faz uma música que só pode ser composta por quem não tem realmente nada dizer. Ou seja: a mais não espantosa declaração de ignorância consentida por quem faz e por quem ouve.
Logo: Parabéns. Somos dignos da arte que fazemos.
Fonte: Aliterasom

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