segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cérebros dos homens modernos e dos Neandertais diferem apenas após o nascimento

Primos de evolução eram caçadores sofisticados e altamente especializados, afirma pesquisador

neandertais 
A imagem mostra a reconstrução de um homem (à esquerda) e uma mulher (à direita), ambos Neandertais (Frederico Gambarini/epa/Corbis)
Os cérebros do homem de Neandertal e do homem moderno, similares no nascimento, divergem em seu desenvolvimento a partir do primeiro ano de vida, segundo um estudo conduzido na Alemanha e publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

Os cérebros dos recém-nascidos humanos e do homem de Neandertal têm quase o mesmo tamanho e parecem idênticos, segundo esta pesquisa publicada on-line na revista americana Current Biology. Mas é após o nascimento, e sobretudo durante o primeiro ano de vida, que o cérebro do homem de Neandertal, extinto há cerca de 28 mil anos por razões desconhecidas, e o do homem atual se diferenciam.


A descoberta é baseada em comparações de impressões virtuais, em diferentes idades de desenvolvimento, de circunvoluções cerebrais e estruturas vizinhas do interior dos crânios fossilizados, incluindo os de recém-nascidos.


As diferenças observadas no desenvolvimento do cérebro refletem provavelmente mudanças nos circuitos e conexões cerebrais, explica Philipp Gunz, do Instituto Max Planck de Antropologia da Evolução na Alemanha, principal autor do estudo.


De acordo com o pesquisador, a organização interna do cérebro é importante para as capacidades cognitivas. "No homem moderno, as conexões entre as diversas regiões do cérebro são estabelecidas durante o primeiro ano de vida e são importantes para um grau avançado de socialização, emoção e funções de comunicação", disse.


Gunz acredita que o homem de Neandertal não percebia o mundo da mesma forma que nós percebemos. Ele destacou, no entanto, que nossos primos de evolução eram caçadores sofisticados e altamente especializados. "Por isso, é improvável que os homens de Neandertal fossem totalmente privados de linguagem, apesar de ignorarmos o grau de sofisticação dessa capacidade", finalizou o pesquisador.
Fonte: Veja Abril

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