sexta-feira, 11 de março de 2011

Liam Gallagher tenta esquecer Oasis em show


Liam Gallagher tem uma missão: fazer o povo esquecer do Oasis --banda que dominou o pop britânico na segunda metade dos anos 1990-- e acreditar que seu novo grupo, o Beady Eye, é realmente algo diferente.
A julgar pela estreia nos palcos de Londres, anteontem, esquecer é impossível, mas os fãs estão dispostos a fingir que conseguem.
Foram 14 músicas em uma hora de show. Antes de começar, e durante toda a apresentação, as cerca de 2.500 pessoas que enchiam o Troxy, no leste da cidade, gritavam "Liam, Liam" e "Beady, Beady, Beady fucking Eye".
Em nenhum momento pediram que a nova banda tocasse algo da antiga.
Mas em nenhum momento deixaram de perceber que quem estava ali era o Oasis sem Noel Gallagher, o cérebro do antigo grupo que decidiu abandonar os companheiros em 2009.


Liam Gallagher



Liam continua o mesmo. Com uma parca verde-oliva, calça jeans e tênis branco, ainda flexiona os joelhos e joga a cabeça para trás para usar o microfone.
Está com a voz melhor e mais potente que na época do fim do Oasis, mas ainda canta com as mãos para trás ou nos bolsos e alonga as sílabas tônicas.
Às vezes fixa o olhar na plateia, num misto de provocação e pedido de cumplicidade.
Andy Bell (que agora toca guitarra), Gem Archer (guitarra) e Chris Sharrock (bateria) continuam afiados e soam melhor ao vivo.
Para o show, eles colocaram mais distorções nas guitarras e mais velocidade nas músicas, desde a primeira, "Four Letter Word", que as pessoas cantaram junto.
Houve coro também em "The Roller", "Beatles and Stones" e em "For Anyone".
Na balada "The Beat Goes On", a letra foi acompanhada com os braços para o ar.
Quando o grupo tocou o rockabilly "Bring the Light", com descarada inspiração em Jerry Lee Lewis, foi a vez de a plateia pular muito.
A maioria, homens na casa dos 30 anos, parece acreditar que os anos 1990 estão de volta e que não há combinação mais perfeita que álcool e um rock and roll simples para ouvir com os amigos.
Até que tudo acaba e é hora de ir embora.
O monossilábico Liam agradece. Está feliz. O publico não foi apenas generoso com ele. Foi amoroso e grita mais uma vez "Liam, Liam".

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