segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SLASH: “PENSEI EM CHAMAR AXL PARA CANTAR EM MEU DISCO SOLO”


Sugerido por: Raquel Hortmann
Fonte: 
Classic Rock Revisited
O site “Classic Rock Revisited” fez uma extensa entrevista com o lendário guitarrista Slash, na qual ele fala sobre disco solo, Fergie, Axl e muito mais.
Confira a entrevista na íntegra, em português, com exclusividade no Imprensa Rocker!
Slash retornou à grande fama após sua bem sucedida turnê européia de divulgação do seu autointitulado álbum solo, que estreou em 3º lugar nas paradas. Enquanto sua banda excursiona pelos Estados Unidos, Slash se prepara para lançar seu disco solo novamente, desta vez numa versão deluxe. A edição especial incluirá todas as 19 canções gravadas durante as sessões do álbum, além de um DVD contendo imagens ao vivo material bônus.
Nesta entrevista, Slash fala sobre como pensou em chamar seu ex-companheiro de Guns n’ Roses, Axl Rose, para cantar em seu álbum solo. Ele pensou em chamar o rei do Pop, Michael Jackson também. Slash revela que ele aparecerá no álbum solo de Fergie, e afirma que ela é uma rocker de coração. Nós também mergulhamos no passado e falamos sobre a criação de “Sweet Child O’ Mine” e sobre o dia em que Slash fez um teste para entrar a banda de Hair Metal, Poison.
Nós no conhecemos no “Green Room” durante o “VH1 Rock Honours”. Meu amigo, Ludovic, estava comigo e ele é de Paris. Nós começamos a conversar e ele te deu uns cigarros Gitanes.
Eu lembro vagamente disto. A razão de ser tão memorável é que aquela é a marca que eu gosto e elas são difíceis de serem encontradas. Eu tinha que contrabandeá-las.
Posso pedir que ele te arranje mais.
Eu parei de fumar. Há mais de um ano. Eu estava fumando três maços por dia. Eu estava fazendo o álbum, pronto para ir ao estúdio, mas peguei uma porá de pneumonia, porque estava trabalhando demais e não cuidava da minha saúde. Eu não fumei por duas semanas – eu tentei, mas não conseguia respirar. Após duas semanas, peguei meu maço de cigarros e pensei, “isto é burrice”. Se passaram duas semanas, já havia superado a abstinência. Também minha mãe havia morrido recentemente de câncer. Comprei os adesivos e uma porção de chiclete de nicotina, e não tenho fumado deste então. Eu ainda uso o chiclete, entretanto. Ainda sou viciado em nicotina.
Sinto muito em saber sobre sua mãe. Eu não estava sabendo.Já faz um ano. Foi uma merda. Ela morreu de câncer no pulmão.
Tivemos um começo triste nesta entrevista. Temo que deixá-la positiva, porque há várias coisas positivas acontecendo na sua vida.(risos) Aconteceu há algum tempo e se tornou parte do meu vernáculo. Desculpe quanto a isto. Seguindo em frente…
Como foi feita a criação do seu álbum solo e, então, retornar e lançar uma versão deluxe com mais músicas e um DVD?A idéia era fazer este super álbum com todo este ótimo material, e eu também quis que todas as canções que gravei saíssem. Foram gravadas 19 músicas ao todo. Eu coloquei apenas 14 na primeira prensagem, porque é difícil forçar as pessoas a sentarem e escutarem 19 canções. Eu quis ter uma outra versão do álbum para poder colocar todas as músicas nele, e para fazer isto, tive que colocar outros materiais para torná-lo atraente. Já estávamos na estrada e pudemos conseguir ótimas imagens ao vivo. Colocamos um videoclip também e umas faixas acústicas.
Você atingiu o sucesso mundial com o Guns n’ Roses e com o Velvet Revolver, teve algum sucesso com o Snakepit também, mas este álbum está se mostrando um dos seus maiores sucessos. Você está surpreso com isto?Tem sido muito, muito legal. Entrei nesta sem expectativas. Era apenas um escape para mim, porque realmente queria fazer um disco sozinho. Tive a idéia de ter vários convidados no meu álbum, porque sempre fiz várias aparições nos discos dos outros. Foi realmente um trabalho de amor. As pessoas foram ótimas e foi bem fácil de fazê-lo. Eu pude ver do que eu sou feito sem as idéias do resto da banda.
Sempre que faço um álbum, é uma desculpa para ir para a estrada. Eu encontrei o Myles Kennedy, que é um dos melhores vocalistas de Rock n’ Roll atualmente. Conseguimos juntar uma seção rítmica matadora e a banda é ótima. Nós temos recebido ótimos públicos rockers e tem sido maravilhoso.
Falaremos sobre Myles, mas antes vamos falar sobre Fergie. Sou um rocker e minhas canções preferidas no álbum são “Dr. Álibi” com Lemmy, “Ghost” com ia Astbury e “The Sword” com Andrew Stockdale, do WolfMother. A canção que eu queria odiar era “Beautiful Dangerous” com Fergie. Não consigo odiar esta música. Ela detona, cara! Realmente detona.
Fergie é estereotipada. É fácil fazer isto, porque ela está no Black Eyed Peas. Se não a conhecesse, não teria dito, “ei, vamos chamar aquela garota para cantar no meu disco”. Eu a conheci quando fiz uma aparição de improviso com o Black Eyed Peãs, e fizemos um medley de Rock. Nunca havia a encontrado. 
Estava participando deste evento para arrecadação de fundos – o evento era para isto – quando fizemos um medley de Rock n’ Roll. Ela começou a cantar, e eu fiquei, “uau”; porque ela cantou uma música do Led Zeppelin, “Barracuda” do Heart e “Live and Let Die” de Paul McCartney. Ela me deixou boquiaberto. Fiquei amigo dela, nos conhecemos melhor e acontece que ela uma garota do Rock n’ Roll. Ela começou em suas primeiras bandas tocando Rock n’ Roll.
Como quase toda mulher na indústria, ela encontrou uma entrada na Pop Music porque, atualmente, é quase que o único jeito de meter seu pé na porta. Ela obteve muito sucesso cantando Pop e se tornou famosa mundialmente por causa daquele grupo. E sabia, entretanto, que ela podia cantar pra caralho um Rock n’ Roll. Na verdade eu tinha uma canção e queria que uma garota a cantasse, e ela foi a primeira pessoa que veio á mente.
Ela canta alguma outra canção na versão deluxe?
Não, a outra canção que fiz com ela sairá no álbum solo dela – ela está fazendo um disco solo Rock n’ Roll. Escute, Fergie fez o lance dela no Black Eyed Peãs, mas quando ela está comigo ela mostra seu lado selvagem. As letras da canção são hardcore, no sentido sexual. Nós acabamos de fazer um vídeo pata “Beautiful Dangerous” que também mudar a imagem dela.
Irei perguntar isto, porque não consigo evitar. Quando Myles Kennedy será oficializado como o vocalista do Velvet Revolver?Há muitos boatos sobre isto. Não acho que irá acontecer – de fato, eu sei que não irá conhecer. Ele está numa banda chamada Alter Bridge e eles têm um novo álbum saindo. Nós faremos malabarismos entre o Alter Bridge e minha turnê solo no próximo ano inteiro. Estarei voltando para Los Angeles no próximo mês e irei trabalhar com Duff, Matt e Dave e alguns vocalistas para ver como eles se saem. Não há esforços sendo feitos para que Myles se junte ao Velvet Revolver.
Chame Fergie em seu lado selvagem…
Sem garotas naquela banda (risos).
Eu pensei em dois vocalistas que adoraria ter visto em seu álbum solo. O primeiro é um dos seus cantores de Rock preferidos, Robin Zander do Cheap Trick.
Robin é um dos melhores vocalistas de Rock n’ Roll de todos os tempos. Eu escrevi uma porção de material, e o primeiro vocalista que pensava para cada música era o que eu chamava. Nunca pensei em Robin para nenhuma daquelas faixas em particular. Se fosse fazer isto novamente, então ele seria um dos vocalistas com quem gostaria de trabalhar, se tivesse o material certo. Ele é um dos meus vocalistas preferidos de Rock. Me sinto uma merda agora. Eu realmente fui muito espontâneo nas minhas escolhas, dependendo da canção.
O outro vocalista é Axl Rose…Serei honesto com você, mesmo sabendo que isto vai se tornar público. Quando estava no meio do processo, haviam vários nomes de vocalistas que passavam pela minha cabeça. Você está lá, vivendo na Terra dos Vocalistas e tudo o que você pensa é sobre cantores. O nome dele passou pela minha mente uma vez. Eu pensei, “Axl iria botar pra foder em todas estas canções”. Obviamente, nunca fiz a ligação, porque queria que o disco fosse lançado ainda neste milênio.
Ele poderia nunca ter aparecido.
Exatamente. O outro cantor, e já mencionei isto antes, foi Michael Jackson. O disco estava sendo feito bem quando ele faleceu. Antes disto acontecer, ele estava se preparando para fazer aqueles shows na “O2 Arena” em Londres. Eu pensei, “Não seria divertido ter Michael Jackson cantando uma canção Heavy Metal”? Isto passou pela minha cabeça, mas nunca me comprometi com isto.
Você deve estar cansado deste assunto, mas tenho que perguntar como você se sente sobre o Guns n’ Roses estar em turnê e você não estar fazendo parte. Isto te incomoda?
Já faz muito tempo, cara.
Eu sei, mas o Guns foi sua primeira grande banda. Eu penso que ela sempre será especial para você.
Muita coisa aconteceu para acabar assim. Quando deixei a banda, muito da razão foram as exigências malucas que Axl fez a Duff e a mim, um das quais dizia que nós teríamos que nos juntar ao novo Guns n’ Roses dele. Naquele ponto, eu percebi que tudo já tinha isso longe demais; estávamos acabados. Não muito depois disto, Axl acabou montando o Guns n’ Roses com seja lá quem for. Havia muita amargura naquele ponto que minha saída nunca me perturbou; eu realmente não me importava. Nós já havíamos passado por todo aquele lance dele ter pego o nome da banda e ser completamente sórdido com isto. Daquele ponto em diante, nunca me importei realmente com o que ele fez. E agora, 15 anos depois, eu estou na mesma. “Faça o que tem que fazer, cara”. Apenas estou feliz de ver que ele ainda estar por aí.
Suponho que isto esteja vendendo o catálogo antigo.Nem ao menos isto… Apenas ele está de volta tentando fazer a banda funcionar.
Minhas duas últimas perguntas são divertidas. Sou um fanático por guitarras. Você se lembra do dia em que escreveu o riff de “Sweet Child O’ Mine”?Sim, me lembro muito. Nós estávamos numa casa que uma companhia de empresariamento havia alugado para nós – eles estavam nos cortejando para serem nossos empresários. Era uma ótima em “Laughlin Park”, Califórnia. Nós havíamos reduzido a casa à sombra do que era há apenas algumas semanas.
Durante uma tarde, quando a fumaça ainda estava se dissipando da noite anterior, Duff, izzy e eu estávamos sentados no chão – não tínhamos mais nenhum móvel – e eu estava brincando com aquele riff. Com toda a honestidade, eu realmente não sei de onde o riff saiu, mas de repente começou a soar bem legal. Izzy começou a tocar um violão por trás e as mudanças de acordes começaram a aparecer. Axl estava no andar de cima, em seu quarto, e escutou a música. Alguns dias depois, após termos feito a estrutura simples de riff e acordes, Axl disse, “toquem aquela canção que vocês estavam tocando outro dia”. Nós ficamos, “que música?”, e ele falou, “aquela com o do dodo do doo do do”. Ele havia escrito algumas letras para ela sem que nós soubéssemos. Ela ficou pronta relativamente rápido. Começamos a ensaiá-la e a escrevemos do início ao fim naquela noite. 
A última: existe uma lenda de que você fez um teste para o Poison, mas que não passou. É verdade?
Sim, eu fiz. Eu estava morando em Los Angeles e tinha acabado de sair de uma banda com Axl, chamada Hollywood Rose. Steven Adler estava na banda também. Eu apenas saí. Disse a Axl que não podia mais agüentar aquilo e saí. Isto foi logo após a primeira vez que Axl e eu trabalhamos juntos. Matt, o guitarrista original do Poison, que inclusive era um cara muito legal, havia engravidado a esposa ou estavam para se casar, ou algo do tipo. Ele estava se mudando para a Pennsylvania. Ele falou, “você deveria fazer o teste para o Poison”. Eu odiava o Poison, mas naqueles dias você fazia o que tinha que fazer para permanecer indo em frente.
Sendo muito ambicioso como eu era, fui para o teste e acabei sendo um dos dois guitarristas que sobraram para eles escolherem. Eu me lembro de detonar as canções que eles tinham. Não havia dúvidas de que eu podia tocá-las, mas havia o problema da maquiagem e este tipo de coisa. Bobby Dal me perguntou que tipo de sapatos eu iria usar. Eu fiquei, “como”? Era meio óbvio que aquilo não iria dar em nada.
Enquanto eu estava saindo do teste, C.C. DeVille estava entrando. Ele estava com uma maquiagem de pancake e uma tonelada de laquê. Eu até me lembro de ter pensado “este deveria ser o cara escolhido”. No dia seguinte, recebi uma ligação de Bobby e ele disse, “você é ótimo e tal, mas vamos ficar com este outro cara”. Era C.C. e realmente fez todo o sentido. Eu estive em algumas bandas depois disto, e então montamos o Guns n’ Roses.

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