quinta-feira, 15 de julho de 2010

Infraero vai investir R$ 6,5 bi em aeroportos para a Copa 2014

A Infraero vai investir R$ 6,5 bilhões para reforma e ampliação de 16 aeroportos das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. A informação foi dada pelo superintendente de projetos da Infraero, Jonas Lopes, durante audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira. De acordo com o superintendente da Infraero, 61% das obras serão custeadas com recursos da Infraero e o restante com verbas da União.
O anúncio acontece uma semana depois do alerta feito pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Questionado sobre o principal problema do Brasil para a Copa de 2014, o dirigente disse "aeroporto, aeroporto, aeroporto".
Segundo Jonas Lopes, serão 16 aeroportos atuando diretamente no tráfego de passageiros durante a Copa do Mundo de 2014, que concentram 83% do tráfego aéreo brasileiro. "Além do mês de realização da Copa, nós contamos 15 dias antes e depois do evento, totalizando dois meses de movimentação extra. Nossa estimativa é que nos meses de junho e julho de 2014, teremos até 1,2 milhão de passageiros estrangeiros e até 1,5 milhão de passageiros domésticos", disse.
O superintendente da Infraero afirmou que os investimentos planejados pela empresa não são específicos para a Copa e a Olimpíada de 2016. "Fazemos esse planejamento anualmente e temos investimentos previstos para depois de 2014 também", afirmou.
Para Jonas Lopes, os aeroportos envolvidos no planejamento para atender a demanda da Copa de 2014 têm três pontos que precisam ser observados: a pista, o pátio e o terminal de passageiros.
"Num prazo curtíssimo, temos de acabar com o gargalo de passageiros. Tivemos muitas reclamações sobre o número de balcões de check-in. Um exemplo foi: de 10 disponíveis, apenas cinco estavam em funcionamento, o que gera filas enormes. Por isso, vamos trabalhar com as empresas aéreas maneiras de usar melhor os balcões disponíveis, ampliar os já existentes e incentivar o uso de sistema de auto check-in", afirmou.
Outro problema que deve ser resolvido, de acordo com o superintendente, é o desembarque internacional. "Precisamos desembaraçar a prestação de informações na alfândega, padronizar os formulários que os passageiros internacionais devem preencher", disse.
O superintendente da Infraero afirmou que todas as obras previstas para ampliação da capacidade dos 67 aeroportos brasileiros administrados pela empresa - em especial, os 16 que vão atender à demanda principal da Copa de 2014 - não vão afetar os passageiros. Durante as obras, os embarques de passageiros serão transferidos para terminais temporários chamados de módulos operacionais, que ganharam o apelido de "puxadinhos".
"O módulo custa em torno de R$ 2,5 mil/m². A ideia é distribuir a capacidade, desafogar outros terminais enquanto a ampliação definitiva é feita. É uma solução temporária, que foi usada em Lisboa, por exemplo, durante a Eurocopa", afirmou.
Brasília e Guarulhos
Segundo Jonas Lopes, o aeroporto internacional de Guarulhos, visto como um dos mais problemáticos do País, precisa de reformas específicas para atender aos cerca de 30 milhões de passageiros previstos para 2014.
"Guarulhos é a principal porta de entrada de voos internacionais. Precisa haver uma reforma das salas de embarque e aumentar a capacidade para, pelo menos, mais um milhão de passageiros. O terminal 3 do aeroporto já está com o contrato assinado e a previsão é que 40% da obra já esteja pronta em 2013. Acreditamos que junto com as reformas dos terminais 1 e 2, Guarulhos vai conseguir atender à demanda de 2014", afirmou.
No aeroporto internacional de Brasília, um dos principais pontos de distribuição de voos domésticos do País, segundo a Infraero, a previsão é concluir as obras de ampliação em 2013. "Em 2014 deveremos ter cerca de 18 milhões de passageiros por ano em Brasília e vamos ampliar de 13 para 32 pontos de embarque e desembarque, o que acreditamos que atenderá a demanda prevista para junho e julho de 2014", disse.
Crescimento da demanda
Segundo Jonas Lopes, em 1997, havia uma média de 0,3 passageiro por habitante no Brasil (considerando uma população de 163 milhões). Em 2008, essa relação passou para 0,6, considerando uma população de 189 milhões. "Consideramos que existem 6 milhões de CPFs, ou seja, potenciais passageiros, ou 3,2% da população brasileira usa avião", disse.
De acordo com dados da Infraero, o crescimento no número de passageiros no Brasil entre janeiro e novembro de 2008 e o mesmo período do ano passado aumentou 11,6%, enquanto os outros países registraram uma queda de 3,2% na demanda.
Entre 2009 e 2014, a projeção é que o número de pessoas que viajam de avião no Brasil cresça 8,6% ao ano, chegando a 190 milhões no final de 2014 e 228 milhões em 2020. Ainda de acordo com a Infraero, o aeroporto de Viracopos, em Campinas, será o maior do País em 2030, atingindo um fluxo anual de até 90 milhões de passageiros por ano.

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