sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Steve Perry no Journey: 30 anos de AOR!

Por Durval Campos 
Em 1971, insatisfeito ao lado do grupo de Carlos Santana, Gregg Rolie (teclado e vocal) resolve deixar a banda do guitarrista latino. Pouco tempo depois, seu ex-parceiro de banda, Neal Schon (guitarra), toma a mesma decisão. Incentivados a formar uma nova banda, a dupla convida George Tickner (guitarra), Prairie Prince (bateria) e Ross Valory (baixo) para esta nova empreitada. Em 1973, após a gravação de algumas ‘demos-tapes’, a banda resolve adotar o nome Journey.

Prince resolve deixar o posto de baterista antes mesmo do primeiro registro do grupo. Em seu lugar, foi chamado Aynsley Dunbar (bateria), que participou das gravações do primeiro CD “Journey”, lançado em 1975. Musicalmente, o álbum contém influências de rock, jazz e toques progressivos. Essas características também são comuns aos dois álbuns seguintes, “Look Into the Future” e “Next” - uma fase em que o Journey se reduziu a um quarteto, com a saída de Tickner.
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Com vendagens apenas medianas, a banda fez novas alterações em seu ‘line-up’. O vocalista Robert Fleischman chegou a ser contratado, mas durou pouco tempo na banda, tendo gravado apenas a música “For You”, lançada depois unicamente no ‘box-set’ “Time 3”.
Faltava aquele “algo mais” para catapultar o nome do Journey ao estrelato. Eles precisavam de um vocalista único e especial. Em 1977 uma fita demo de uma desconhecida banda de blues e rock chamada "Alien Project" chegou às mãos de Herbie Herbert, que coincidentemente procurava por um vocalista para o Journey., que logo contatou Steve. Na Segunda metade daquele mesmo ano, mais precisamente no dia 10 de outubro, Steve tornou-se o vocalista do Journey mudando assim o curso do estilo que convencionou-se a chamar de Art Oriented Rock – AOR.
Steve recebeu o apelido de "The Voice" pelos fãs, críticos e colegas músicos pela voz forte, melodiosa e capaz de atingir notas altas com grande facilidade. Ele ainda toca guitarra, piano e bateria, e cita Sam Cooke, Jackie Wilson e Marvin Gaye como sua inspiração musical.
Steve Perry gravou no ano seguinte, em 1978, seu primeiro álbum ao lado do Journey, “Infinity” - o último com Aynsley Dunbar na bateria. O disco, clássico total, contava com uma sonoridade diferente dos álbuns anteriores, sendo mais acessível, melódico e menos experimental. O sucesso comercial foi muito gratificante.
“Evolution”, o disco seguinte e já contando com Steve Smith no posto de baterista, foi impulsionado pelo bem-sucedido ‘single’ Lovin’, Touchin’, Squeezin, superado apenas pelo hino "Don’t Stop Believin' ". Da mesma forma, foram lançados “Departure” e o ao vivo “Captured”, ambos com ótimas vendagens e elevando o nome e a música do Journey aos quatro cantos do planeta. Tudo parecia perfeito, mas o grupo sofre uma grande perda nesta época: desgastado pelas freqüentes turnês, o fundador da banda, o injustiçado Gregg Rolie (escute os álbuns solo deste cara e observe que primor!) sai da banda, dando lugar ao tecladista Jonathan Cain que, além de ótimo instrumentista, era também um exímio compositor.
Com isso o ápice da carreira do Journey veio a seguir em 1981, com o lançamento de “Escape”. Recheado de ‘hits’, a maioria contando com Cain compondo, o álbum chegou ao primeiro lugar nos ‘charts’ americanos. Da gigantesca turnê em promoção deste disco saiu o DVD Live in Houston. Ali via-se um grupo coeso, talentoso e cheio de personalidade. E quem disse que se acomodaram? Mandaram ver com o passo seguinte, o também multi-platinado “Frontiers”. Este disco carimbou de vez a banda como A banda de AOR (isso mesmo, com o “A” maiúsculo). A importância foi tamanha que serviu para batizar a maior gravadora do estilo (a Frontiers, da Itália), é mole?!
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Mas como nem tudo são flores, mais mudanças na formação: Ross Valory e Steve Smith deixam surpreendentemente a banda. Ninguém imaginaria que pudéssem sair justamente no melhor momento do Journey. E Steve Perry continuava destruindo tudo com sua voz cada vez mais potente. Novas idéias, novos rumos e então saem do estúdio com o que viria a ser o último lançamento de inéditas dos anos 80 do Journey: “Raised on Radio”. Lançado em 1986, o disco contava, além de Perry, Schon e Cain, com Larrie Londin - bateria e percussão e Randy Jackson no baixo e vocal. Mesmo com o sucesso do álbum, Perry, que havia assumido o controle total do grupo, decide dar fim às atividades do Journey.
Após um hiato de 10 anos, o Journey volta à ativa novamente com a formação de maior sucesso que já teve: Steve Perry, Nean Schon, Jonathan Cain, Steve Smith e Ross Valory, com o lançamento de “Trial By Fire” que teve grandes vendagens logo em sua primeira semana de lançamento. Turnê em andamento, disco vendendo como água, um apanhado de canções marcantes e bem construídas, mas o que é bom dura pouco (perdoem o clichê absurdo!) e Perry precisa deixar o Journey, desta vez por motivos de saúde, (Steve Perry sofreu um acidente no Havaí enquanto praticava alpinismo e machucou-se seriamente, depois estava sofrendo de artrite, devido ao acidente no Havaí e necessitava urgentemente de cirurgia).
Os remanescentes não quiseram esperar por sua recuperação e chamaram o ex-Tyketto Steve Augeri, bom cantor, mas totalmente “na cola” de Perry. Entretanto, isso já é outra história.
Fonte: Whiplash

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