domingo, 21 de novembro de 2010

A ética esportiva realmente


Sebastian Vettel é o mais novo campeão da Fórmula 1 após a vencer o monótono GP de Abu Dhabi no último domingo. Para a imprensa e os torcedores em geral, o jovem piloto Alemão junto da equipe Red Bull tornaram-se mártires da ética esportiva ao derrotar o império vermelho do mau de Fernando Alonso.
Mas será que a Red Bull realmente representa a ética na Fórmula 1 atual?

O incidente na Turquia

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Muita gente ainda deve lembrar da patética batida entre os pilotos da Red Bull durante o GP da Turquia, causada oficialmente por “um erro de comunicação dos boxes”.
O tal erro foi que o engenheiro de Sebastian Vettel comunicou ao piloto que seu companheiro, que estava liderando a prova, precisaria reduzir o ritmo para economizar combustivel e deixaria ele passar. Ao mesmo tempo o engenheiro de Mark Webber falava para ele aumentar o ritmo, já que Vettel se aproximava.
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de inteligência é capaz de perceber que a equipe claramente deu a ordem para que Webber deixasse Vettel passar, porém o engenheiro do piloto da terra do canguru resolveu ignora-la.

O caso das asas de Silverstone

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Para o GP de Silvestone a Red Bull trouxe uma nova asa dianteira, porém apenas dois exemplares dela estavam disponiveis. Eis que em um dos treinos livres Sebastian Vettel quebra sua asa dianteira e Christian Horner, chefe de equipe, prontamente ordena que a asa dianteira do carro de Webber seja transferida para o carro de Vettel.
Apesar de tudo Mark Webber venceu esse GP numa verdadeira guerra interna contra a equipe.

Um senhor chamado Helmut Marko

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O Dr. Helmut Marko é um antigo piloto que correu pela extinta BRM e hoje exerce o cargo de conselheiro da Red Bull na Fórmula 1. É inegavel sua paixão por Sebastian Vettel, o qual ele defende com unhas e dentes dentro da equipe.
Acontece que esse senhor também prega a ética esportiva na Fórmula 1, é claro, desde que ela não prejudique seu protegido.
E acreditem, esse homem tem muito poder dentro da equipe e tem tornado a vida de Mark Webber um inferno.

O patrão mandou

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Foi Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, que ordeu que nenhum dos pilotos fosse favorecido na fase final do campeonato. Óbvio que ele se referia apenas ao fato de que nenhum piloto seria obrigado a deixar o outro passar na pista.
Muito bonito isso, porém o real motivo dessa ordem foi preservar a marca da Red Bull, cujo público predominantemente jovem veria com maus olhos um jogo de equipe quando ambos os pilotos tinham reais chances de titulo.
De todos é o menos errado, afinal só pensou no bem dos seus negócios e na Fórmula 1 tudo é negócio.

Dois pilotos, duas medidas

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A maior duvida que ficou no ar após toda a história dessa decisão de campeonato é o que aconteceria caso Vettel tivesse chegado a Interlagos na frente de Mark Webber na tabela de classificação.
Será que haveria troca de posições na pista? Eu aposto que sim, afinal o piloto queridinho da equipe foi beneficiado ao longo de toda a temporada.
E assim segue esse pseudo-esporte que tanto amo e que desde sempre não foi muito amigo da ética esportiva.

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