sábado, 30 de abril de 2011

Heavy Metal: "cristãos podem aprender muito com o gênero"


Artigo de Martin Beckford, correspondente de Assuntos Religiosos do Telegraph.co.uk, em setembro de 2010, relatou:
A reverenda Rachel Mann alega que a forma amaldiçoada de música demonstra a "teologia liberadora das trevas", permitindo que seus fãs com tatuagens e piercings sejam mais "relaxados e divertidos" ao reconhecer o pior da natureza humana.
Ela diz que, em contraste, os carolas podem parecer sinceros demais e se levam a sério demais.
A pastora admite que muitos ficarão "preocupados" com as letras do metal louvando Satã e zombando da cristandade, mas insiste que é apenas uma forma de "representar um papel”.
Mann, pastora responsável pela igreja de St Nicholas, em Burnage, escreve no Church Times desta semana: “Desde que o Black Sabbath o criou em 1969 usando o som dissonante da 'escala do demônio' (tritono) medieval, o heavy metal é considerado burro, crasso e, às vezes, satânico, uma música dificilmente adequada para debate inteligente, quanto mais para a reflexão teológica.
“Mesmo assim, como uma pastora quanto como uma musicista e fã de metal, acredito que a Igreja, especialmente neste momento difícil, tenha uma lição séria de evangelho para aprender com esta música mais soturna e pesada.”
Mann diz que as músicas do heavy metal, caracterizadas por sons de guitarra distorcidos, batidas "intensas" e vocais "fortes", "não têm medo de lidar com morte, violência e destruição”.
Seus fãs “predominantemente homens e brancos geralmente gostam de tatuagens e piercings”, mas são "graciosos, receptivos e gentis”.
“A disposição da música em lidar com assuntos niilistas e, às vezes, extremamente desagradáveis, parece oferecer a seus fãs um espaço para aceitar os outros de uma forma que envergonha muitos cristãos.
“A recusa do metal em repreender as verdades cruas e violentas da natureza humana liberta seus fãs para serem pessoas mais relaxadas e divertidas”.
Ela alega, ainda, que “o metal não tem medo da obscuridade humana” e, embora alguns cristãos tenham o mesmo destemor, “muitos ainda estão por descobrir seu potencial”.
Mann cita letras da famosa banda de thrash metal Slayer, que descrevem o cristianismo como um "aborto" e afirmam: “Prefiro o diabo sempre, viva Satã.” No entanto, ela alega: “Uma boa parte da fascinação do metal por Satã ou o mal é uma representação de papéis, orientada por um desejo de chocar.
“O metal convida o cristianismo a ter menos medo da loucura e do ridículo.”
Ela diz que os festivais de metal como Sonisphere, onde ela viu o Iron Maiden tocar no mês passado, são versões modernas da Feast of Fools (algo como "festa dos tolos") realizada na Inglaterra na Idade Média, onde “excesso e anarquia” eram permitidos por um dia.
Mann afirma que se preocupa que os anglicanos tenham tornado sua fé “racional e organizada demais” em vez de apaixonada.
“Não estou sugerindo que, como cristãos, todos nos desviamos do humor, mas estamos inclinados a nos levar a sério demais mesmo quando estamos nos divertindo.”
Houve bandas de heavy metal cristão, como a americana Stryper, dos anos 80, e a mais recenteEvanescence, mas poucas conquistam muito sucesso de crítica ou de mídia.
Por sua vez, muitos dos maiores artistas do heavy metal utilizam imagens anticristãs ou satânicas em suas letras e capas de álbuns.
Nos anos 90, seguidores da cena “black metal” da Noruega foram ainda mais longe, queimando dezenas de igrejas.
Fonte desta matéria (em inglês): Telegraph.co.uk

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