domingo, 10 de abril de 2011

As idas e vindas


Em entrevista à Revolver Magazine, o baterista do Metallica, Lars Ulrich, falou sobre um de seus assuntos preferidos: Dave Mustaine, é claro.

Megadeth: Não lembro de ouvir o primeiro disco, mas quando Peace Sells saiu em 1986, me chapou. Se tornou meu disco favorito por um longo tempo. Dave costumava tocar bastante em San Francisco. Sempre ia encontrá-lo. Bebíamos, nos drogávamos e ficávamos ali, largados. Naquele tempo, superamos nossos problemas.

Lembro que na turnê do …And Justice For All, tocamos em Irvine Meadows, perto de Los Angeles. Dave apareceu e nos acompanhou nos dois últimos shows da excursão. Antes disso, lembro de ter mostrado o álbum para ele às cinco da manhã em um apartamento. Tínhamos uma amizade legal naquela época.

Foi só quando as duas bandas começaram a crescer que as antipatias surgiram. Apareceu na imprensa, o que era algo diferente do que tínhamos quando éramos menores. Eles amaram alimentar a rivalidade entre Metallica e Megadeth. Penso que essa confusão acabou ganhando vida própria. Podemos dizer que essas comparações transcenderam nossas relações pessoais, fazendo com que tudo ficasse mais frio nos 1990s.

Os momentos de crise na amizade: Fizemos alguns shows com o Megadeth em 1993, no fim da tour do Black Album. Ficamos próximos novamente por uns tempos. Nos reencontramos em 1999, na Inglaterra. Dave estava em uma viagem promocional, apareceu e nos mostrou algumas músicas de Risk. Sempre acabávamos saindo juntos quando estávamos na mesma cidade.

A coisa ficou realmente feia depois do documentário Some Kind Of Monster. Aquela cena com ele fez com que ficássemos quatro, cinco anos sem contato. Mas antes disso, sempre nos víamos. Eram duas trajetórias paralelas. Tinha a briga entre Metallica e Megadeth na imprensa de um lado, Dave e Lars saindo junto e fazendo suas coisas do outro. Era algo do tipo “Espera aí, eu não deveria gostar desse cara, é o que está escrito na Kerrang dessa semana!”. Muito estranho.

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