domingo, 1 de maio de 2011

Posts preconceituosos geram onda de protestos no Twitter


No dia em que o Flamengo venceu o Vasco na final da Taça Rio e conquistou o título do Campeonato Carioca, quem atraiu a atenção de muitos usuários do Twitter, torcedores ou não de um dos dois times, foi uma torcedora do Fluminense - e por motivos nada nobres. Pouco depois do fim da partida, a usuária @FlavinhaAmorim, descrita em sua página no microblog como uma "Goiana que mora no Rio, futura Dentista e apaixonada pelo Fluminense", postou uma série de tweets preconceituosos nos quais conseguiu a "proeza" de ofender, no intervalo de poucos minutos, negros e gays. Sobrou até para Ronaldinho Gaúcho, xingado de "preto safado", "crioulo" e "batedor de carteira".


Depois que o estrago já estava feito, @FlavinhaAmorim bloqueou o acesso aos seus tweets para quem não a seguia, mas vários outros usuários já haviam registrado por meio de reproduções o que havia sido dito. O site de buscas Topsytambém armazenou os tweets. Foi criada a hashtag #flavinhaamorimracista, que começou a ganhar força depois que twitteiros influentes como o ator José de Abreu e o estudante Rene Silva divulgaram os tweets da estudante goiana após terem sido alertados por outros usuários. No site Trendsmap, dá para ver que a hashtag está bem disseminada pelo país


Parece que a história não vai morrer nas redes. Pelo Twitter, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) se comprometeu a tomar "providências cabíveis" em relação aos tweets. 


O caso de @FlavinhaAmorim lembra o da estudante Mayara Petruso, que também foi alvo de protestos no Twitter depois de um tweet preconceituoso contra nordestinos postado após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010. À época, a Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito por suspeita de racismo.
Em março deste ano, outra estudante, a americana Alexandra Wallace, gravou um vídeo em que reclamava de estudantes asiáticos que usavam seus celulares dentro da biblioteca da Univerisidade da Califórnia (Ucla) para falar com parentes após o terremoto e a tsunami no Japão. Depois da fama indesejada, ela pediu desculpas no jornal estudantil da instituição.
@FlavinhaAmorim foi procurada pelo blog, por meio do próprio Twitter, para falar sobre seus tweets. Até o momento do envio deste post, não houve resposta. Por volta das 23h, sua conta no microblog aparecia como inexistente - provavelmente foi apagada.
Fonte: O Globo

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