sábado, 11 de junho de 2011

Dinho Ouro Preto diz que Rock in Rio 'dá medo'


Cantor do Capital Inicial aguarda ansioso a hora de tocar no festival.
'Na hora do show, vai dar pavor', declarou o vocalista sobre a apresentação.


Faltando pouco mais de quatro meses para a quarta edição nacional do Rock in Rio, algumas das atrações escaladas para o Palco Mundo já começam a imaginar como será a sensação de se apresentar diante de 100 mil pessoas. Para Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, será um misto de emoção e medo.
O cantor Dinho Ouyro Preto (à esq.) e o gutarrista Yves Passarel, do Capital Inicial, durante apresentação na Cidade de Deus nesta terça (7) (Foto: Henrique Porto/G1)



"O Rock in Rio é uma coisa ambígua. Me dou conta da exposição, da importância, da grandiosidade e da visibilidade do evento. Tudo o que envolve o festival é superlativo. O que menciono como negativo é o medo que me dá. Pois sou bastante ansioso. Sei que, na hora do show, vai me dar um pavor", declarou o cantor logo após o pocket show realizado pelo grupo na Cidade de Deus, Zona Norte do Rio, no fim da tarde desta terça (7).
O músico explica que o nervosismo acontece não por causa da quantidade de pessoas, mas sim pelo fato de ser uma plateia heterogênea. "Uma coisa é você tocar para uma grande multidão em um show seu. Já encaramos coisas assim, e sei qual é a sensação. E, mesmo nestas circunstâncias, você fica nervoso. No entanto, quando você está participando de um festival, onde você sabe que aquela plateia está pulverizada, fica apreensivo. Não há como saber como as pessoas que querem ver a atração seguinte vão reagir ao seu show".
Lobão e Brown
Apesar da inseguraça, Dinho diz que aposta nas mensagens das canções do Capital para domar parte do público que não é fã da banda. "Duas coisas jogam a nosso favor: o fato de cantarmos em português e as letras, que têm contexto, conteúdo e história”.
O músico relembrou incidentes ocorridos com Lobão, nas edição de 1991, e Carlinhos Brown, em 2001. O roqueiro foi alvo da fúria dos metaleiros e abadonou o palco em depois de ser atingido por uma lata. Já o cantor baiano recebeu uma chuva de garrafas plásticas depois de desafiar a multidão.
"Acho que o Lobão teve o azar de ser escalado para tocar antes do Sepultura. Foi uma má ideia. Ele deveria ter percebido isso e se oposto. No caso do Carlinhos Brown, acho que ele conduziu o episódio muito mal. Ele provocou o público e gritou: 'É isso aí, joguem mais'. Acho que se, depois de atingido, tvesse continuado a tocar, teria acabado ali o incidente. Mas ele acabou inflamando ainda mais os ânimos. De qualquer forma, acho que a diferença entre o Capital e as bandas que tocaram conosco no mesmo dia, são bem menores. Também somos um grupo de rock", cometou Dinho, que se apresenta no festival no dia 24 de setembro, mesma noite em que NX Zero, Stone Sour, Snow Patrol e Red Hot Chili Peppers.
Acidente
Dnho também relembrou os momentos difíceis que passou depois do acidente que o deixou na UTI por 30 dias. Durante uma apresentação na cidade mineira de Patos de Minas, em outubro de 2009, o cantor desequilibrou-se e caiu do palco. Teve traumatismo craniano e fraturas nas costelas.
"O pior foi meu cérebro, que foi imprensado contra a parede do meu próprio crânio. Isso provocou um restart na minha cabeça", relembrou o músico bem humorado, brincando com o nome da banda de rock adolescente Restart. Então, o começo da recuperação foi muito complicado. Eu sequer conseguia ir até o hospital para as sessões de fisioterapia. A terapeuta é que ia até mim".
Ele conta que não se lembra da queda nem dos dias no hospital. Só não consegue esquecer a dor provocada pelas lesões. "Eram muito fortes. Durante a internação, acabei descobrindo que sou alérgico à morfina. Por causa disso, precisei de uma aplicação permanente de analgésicos mais fracos e sedativos através de um catéter, o que provocou uma infecção hospitalar".
Segundo o cantor, o episódio o ensinou a ser mais tolerante com os pequenos problemas e o fez pensar em "diminuir o ritmo", trabalhar menos. E como herança do acidente, uma curiosidade.
"Perdi o olfato. Consequentemente, um pouco do paladar também, mas isso não é nada", concluiu.
Fonte: G1

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