Ele ficou conhecido por dar vida ao personagem Detonator, vocalista da banda Massacration, que ganhou repercussão nacional ao misturar humor com Heavy Metal no extinto programa Hermes e Renato, da MTV, e através dos discos "Gates Of Metal Fried Chicken Of Death" (2007) e "Good Blood Headbanguer" (2009).
Além disso, a banda ainda integrou a programação da MTV com um programa próprio: o Total Massacration, que exibia clipes de bandas consagradas do Heavy Metal. Para completar, o grupo concretizou o estrondoso sucesso realizando vários shows pelo país, dividindo opiniões sobre o quão longe a piada deveria ir.
O Metal Clube conversou com Bruno Sutter, o intérprete do Detonator, que saiu do personagem para falar sobre a história da "banda", suas principais influências como vocalista do estilo e como mesclar humor com Heavy Metal na dose certa! Confira!
Metal Clube - Olá, Bruno, obrigado pela atenção. É um prazer para nossa equipe conduzir esse bate-papo.
Bruno Sutter - O prazer é todo vosso!
Metal Clube – Desde criança você é fã confesso do Rock/Heavy. Quando e como você se tornou um verdadeiro fã do rock/metal? E quão eclético você é?
Bruno Sutter - Comecei a ouvir Rock quando criança. Lembro de jogar bola perto da casa de um amiguinho e após o jogo fui visitar a casa dele. Estava tocando no rádio uma música do Bon Jovi, "You Give Love a Bad Name", e chapei! A partir desse momento perdi a vontade de brincar e comecei a querer somente ouvir música.
Como disse um amigo meu, meu gosto musical é quase esquizofrênico. Ouço de Cannibal Corpse a Lady Gaga, passando por Sérgio Malandro, Sarcófago e trio Los Angeles. Não posso ser radical em meus gostos musicais, pois preciso conhecer bastante coisa para o meu trabalho de sátiras musicais com o Hermes e Renato. Isso para mim é bem natural...

Banda Massacration 
Metal Clube - Você já atuou como vocalista profissional, começando a cantar ainda bem jovem em bandas de Rock/Heavy. Como isso aconteceu? Quais os vocalistas que influenciaram em seu estilo?
Bruno Sutter - Comecei em uma banda de Death Metal com 13 anos. Um amigo meu comprou uma bateria e montou uma banda chamada Insane Death. Na falta de um vocalista fiz um teste e passei (na verdade eu passei porque eu tinha um amplificador para ligar o microfone e a guitarra ao mesmo tempo). Com 14 anos comecei a cantar na noite com uma banda de Blues chamada Montana Blues e entrei para um coral e aprendi a cantar. Cheguei a me apresentar na Casa Rosada, em Buenos Aires na Argentina como tenor de um madrigal renascentista.
Sempre gostei muito do Ian Gillan e do David Byron. Eles têm estilos e timbres muito parecidos e me influenciaram bastante. Rob Halford nos anos 70 e Bruce Dickinson na fase do "The Number of the Beast". O Michael Kiske também me deixa incrivelmente bolado com sua timbragem perfeita...
Metal Clube - É impossível para nós, amantes do Heavy Metal, desassociarmos sua figura do "lendário" Detonator, vocalista da banda Massacration. Por favor, conte-nos um pouco sobre como surgiu o Massacration e qual era a proposta inicial dessa idéia.
Bruno Sutter - O Massacration surgiu como mais uma banda de sátiras de estilos musicais que fizemos para a temporada 2002 do Hermes e Renato, porém o grupo acabou tomando vida própria pelo impacto que o Metal causou na audiência do nosso programa. Porém, não tínhamos pretensão nenhuma de transformar o Massacration no que se tornou. Era para ser somente mais um grupo dentro do programa.
Metal Clube – Quando surgiu na mídia a banda causou polêmica entre os fãs de Heavy Metal. Em sua visão o Massacration está mais para crítica, sátira ou é mesmo uma homenagem ao Heavy Metal e seus fãs?
Bruno Sutter - De tudo um pouco. Como disse Chico Anysio humor pode ser tudo, até mesmo engraçado!
Metal Clube - Em certo prêmio recebido pelo Massacration, o convidado Kiko Loureiro (Angra) deu a entender que a banda estaria, de certa forma, roubando espaço de outros grupos mais sérios. Qual é sua opinião sobre esse episódio? Você tem algum peso na consciência sobre alguma coisa que o Massacration fez? Em algum momento você achou que a "piada" estava indo longe demais?
Bruno Sutter - Primeiramente convido a todos que não viram a assistir ao vídeo "Massacration zoa Kiko Loureiro" no Youtube. Ficou muito engraçado!
Acho lamentável esse tipo de postura. Isso significa que eu como humorista eu só posso fazer televisão? O Massacration fez sucesso não porque era um produto que foi forçado a se tornar sucesso. Foi somente uma boa idéia com um diferencial. O que algumas poucas pessoas erroneamente pensam é que o Massacration é uma banda de Heavy Metal como qualquer outra.
E isso é um equívoco quase infantil. Somos um grupo de humor que criou um grupo fictício. E isso de forma alguma tirou espaço – muito pelo contrário – fez uma propaganda ainda maior do estilo. Já perdi a conta de pessoas que chegam para mim falando que começaram a ouvir Massacration para depois ouvir grupos "sérios"...
Metal Clube - Como era o processo de composição das músicas? Não é difícil de perceber que algumas músicas parecem ter riffs e melodias "emprestadas" de clássicos do estilo. Você pode revelar algumas dessas "fontes"?
Bruno Sutter - Nos reuníamos em um estúdio: o Fausto na guitarra, Marco no baixo e eu na bateria/voz. Ali compusemos a maioria das músicas do Massacration. Todas foram compostas naturalmente, sem pensar em outras como referência. Somente pensávamos no clichê. A única música que eu assumo que eu roubei foi a linha de voz da 'Metal Bucetation', que foi a "The Dark Ride" do Helloween!

Bruno Sutter (centro) a frente do personagem Detonator
Metal Clube - Muitos fãs de metal são bastante radicais. Qual foi a maior dificuldade que vocês encontraram para misturar humor com Heavy Metal?
Bruno Sutter - Na verdade não foi dificuldade e sim ouro! Quanto mais carrancudo é o estilo melhor para satirizar.
Metal Clube - Quais são os planos para o futuro do Massacration? Existe algo planejado para um terceiro disco?
Bruno Sutter - Sim, temos. Vai ser algo diferente do que fizemos nos 2 discos anteriores. Não posso falar agora, mas é algo inesperado! Porém vamos retomar esse assunto somente em 2012
Metal Clube – Qual a contribuição, em sua visão, que o Massacration deu para o Metal brasileiro e suas bandas?
Bruno Sutter - Uma coisa que me orgulho muito foi ter conseguido colocar um programa de Metal dentro da MTV por intermédio da banda. O 'Total Massacration' ficou por 2 anos no ar com um repertório que não se via na MTV desde o fim do 'Fúria Metal'. Outra coisa foi um reaquecimento do estilo, pois bem ou mal se falou muito de Metal quando o assunto era o Massacration. E o principal: arrebanhar adeptos para o deus metal!
Metal Clube – Bruno, obrigado pela atenção. Deixe um recado para nossos leitores!
Bruno Sutter - Essa vida não passa de uma tremenda palhaçada. Aqueles que a levam a sério é que são os verdadeiros palhaços. Obrigado ao Metal Clube.
Discos preferidos: Master of Reality (Black Sabbath), Seventh Son of a Seventh Son (Iron Maiden), Symbolic (Death) e The Fame (Lady Gaga)
Melhor vocalista: David Byron e Tiririca
Melhor banda da nova geração nacional: desses novos eu gosto do Roberto Carlos.
Melhor show que já viu: Slayer. Fiquei com uma garota na hora do agudo da 'Angel of Death'. Eu tinha 14 anos. Foi engraçado!
Primeiro disco do Rock que comprou: Sabbath Bloody Sabbath (Black Sabbath)
Fonte: Metal Clube

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