quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pobreza diminuiu em oito anos, mas se mantém concentrada, mostra Ipea


A parcela da população brasileira com renda menor que um salário mínimo diminuiu de 71% para 58% entre 2002 e 2009, mas a distribuição da pobreza não mudou no período e continua concentrada nos municípios das regiões Norte e Nordeste.
As informações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou nesta quinta-feira o estudo "Mudanças recentes na pobreza brasileira". Em 2009, havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$ 465 per capita mensais.
A conclusão do instituto é que "a ênfase nos municípios pequenos do Nordeste pode conferir maior efetividade à política de combate à pobreza". O professor da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Brasília Vicente Faleiros destaca que "os programas sociais reduzem a pobreza, mas não reduzem a desigualdade". O professor disse que é "pelos salários que você vê a distribuição de renda e não pela transferência de renda"
Os dados divulgados revelam que 51% dos considerados extremamente pobres estavam inativos ou desocupados em 2009. Já entre os pobres o índice era de 40%. O Ipea concluiu que, apesar dos programas do governo, "a ascensão social só é possível para famílias beneficiárias que têm outra fonte de renda".
A desigualdade social, medida pelo índice de Gini, reduziu 6% nos oito anos analisados. Caiu de 0,565 para 0,538. Na avaliação do especialista Vicente Faleiros, deve-se investir em políticas públicas universais, como educação, saúde, além de serviços básicos (saneamento, transporte).
- Precisa de investimento no território de exclusão e uma gestão extremamente competente - completou.




Fonte: O Globo

Nenhum comentário: