quarta-feira, 26 de outubro de 2011

População global passa de 7 bilhões e pressiona recursos do planeta


BELO HORIZONTE - A população mundial ultrapassará 7 bilhões de pessoas até o dia 31 deste mês, segundo projeção divulgada na manhã desta quarta-feira pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Quase todo o crescimento da população global - 97 de cada 100 pessoas - ocorre em países menos desenvolvidos, alguns dos quais já lutam para atender às necessidades de seus povos. Para as Nações Unidas, grande parte da população continua vulnerável à insegurança alimentar, à falta de água e aos desastres climáticos. Países ricos e de renda média se preocupam cada vez mais com a baixa fecundidade, com a redução da população e seu envelhecimento.
Para os pesquisadores da entidade, embora a taxa de crescimento pareça estar em desaceleração em função do declínio da fecundidade na maior parte do mundo, o grande número de pessoas em idade reprodutiva (3,7 bilhões) faz crer que a população continuará a crescer por muitas décadas.
Pelo ritmo atual, aproximadamente 78 milhões de pessoas nascem a cada ano - o que equivale à soma das populações do Canadá, Austrália, Grécia e Portugal. Os dados integram o relatório "Situação da População Mundial 2011", lançado simultaneamente em 100 países. No Brasil, o lançamento ocorre no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.





População de uma vila na Índia. Foto: Adnan Abidi/Reuters



Para os pesquisadores das Nações Unidas, o rápido crescimento da população mundial é fenômeno recente e teve início em 1950, com a redução de mortalidade em regiões menos desenvolvidas. No ano de 2.000, a população foi estimada em 6,1 bilhões, quase duas vezes e meia a população de 1950. No passado, era bem diferente. Há cerca de 2.000 anos, a população mundial era de cerca de 300 milhões. Foram necessários mais de 1.600 anos para que ela duplicasse para 600 milhões.
- O tamanho recorde da população pode ser encarado, de várias formas, como um sucesso para a humanidade: as pessoas estão vivendo vidas mais longas e saudáveis. Mas nem todas e todos se beneficiam dessa conquista ou da melhor qualidade de vida que isto implica. Há grandes disparidades entre e dentro dos países - destacam os pesquisadores no texto divulgado nesta quarta-feira.
De acordo com as estimativas, se as tendências atuais continuarem a humanidade chegará a 9 bilhões em 2050 e mais de 10 bilhões no fim do século. As taxas globais mascaram grandes disparidades entre as nações, segundo os autores. Países europeus, Japão e Rússia apresentam taxas de 1,5 criança nascida por mulher ou menos. No Afeganistão e na maioria dos países africanos, essas taxas são de 5,0 ou mais.
- Se essas diferenças continuarem, elas podem causar mudanças significativas no mundo - alerta o documento.


Para as Nações Unidas, grande parte da população continua vulnerável à insegurança alimentar, à falta de água e aos desastres climáticos



Os pesquisadores destacam que as várias dimensões da pobreza são piores no Sul da Ásia. Juntos, os 26 países africanos mais pobres têm 410 milhões de pessoas, enquanto apenas oito estados na Índia somam um contingente de 421 milhões de pessoas igualmente pobres.
Ao fim do relatório, os pesquisadores das Nações Unidas apontam sete oportunidades que surgem a partir deste contexto de um mundo de 7 bilhões de habitantes. Para eles, reduzir a pobreza e a desigualdade pode desacelerar o crescimento populacional; o empoderamento de mulheres e meninas pode acelerar o progresso em todas as frentes; com energia e abertos às novas tecnologias, os jovens podem transformar a política e a cultura globais; e assegurar que toda criança seja desejada e todo parto seja seguro é uma forma de gerar famílias menores e mais fortalecidas.
Os autores concluem ainda que todos devem proteger o meio ambiente porque dependemos de um planeta saudável para sobreviver e que promover a saúde e a produtividade de idosos diminui o desafio das sociedades em desenvolvimento. Por fim, eles destacam que os próximos 2 bilhões de pessoas viverão em cidades, por isso é preciso planejá-las agora.


Fonte: O Globo

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