domingo, 21 de novembro de 2010

Raphael Rabello, o violão do Brasil, Andreas Kisser via Yahoo!

Num país como o nosso, que produziu verdadeiros mestres do violão como Heitor Villa-Lobos, João Pernambuco, Garoto, Fabio Zanon, Baden Powell, Turibio Santos, Yamandu Costa, só pra citar alguns, ainda faz muita falta a presença e a música de Raphael Rabelo. Já faz 15 anos que ele se foi, morto aos 33 anos, jovem e já com uma carreira fantástica, deixando a sua marca na história do violão brasileiro.
Raphael nasceu em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, de uma família musical. O pai e os irmãos eram músicos e seu irmão mais velho foi seu primeiro professor, desde cedo já demonstrava facilidade para tocar o instrumento. Influenciado por um de seus maiores mestres, Dino 7 Cordas, começou a tocar o violão de sete cordas e logo se tornou ums dos principais representantes do instrumento, pricipalmente tocando choro, um estilo que demanda muita técnica, virtuosismo e o poder de improvisar em qualquer situação, elementos que Raphael dominava como poucos.
Raphael brincando no violão:
A música e o seu estilo único de tocar o violão fazem falta, apesar de termos admiráveis “sucessores” como o Yamandú e o Alessandro Penezzi, dois monstros mas o Raphael tinha um estilo diferente, ele conseguia transitar por mundos diferentes dentro da música e não ficava preso ao mundo do violão instrumental, ele fazia parcerias fantásticas com grandes vozes da música brasileira, além de ter tocado com o grande mestre Paco de Lucia, que não economizou nos elogios ao violonista brasileiro.
Raphael e Paco:
Ele não tinha limites, estava sempre procurando algo novo pra fazer com o seu violão visceral. Só pra se ter uma ideia das vozes que tiveram o privilégio de serem acompanhadas pelo Raphael, em seu último trabalho ele estava gravando um disco em homenagem a Capiba, o disco teve a participação de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zé Ramalho, Gal Costa, Paulinho da Viola, Maria Bethania, Alceu Valença, João Bosco e Ney Matogrosso, com este último gravou também um disco fabuloso chamado À Flor da Pele, uma obra-prima.
Raphael e Ney:
Raphael e Marisa Monte:
Não me lembro muito bem o ano, acho que foi em 1992 ou 1993, que tive o privilégio de vê-lo ao vivo. Foi num show em São Paulo, no antigo Palace. Ele tocou maravilhosamente bem, acompanahdo de uma banda grande, com muitos percussionistas que faziam uma “cozinha” perfeita para o grande mestre. Foi fantástico poder ver tudo aquilo de perto, o jeito que ele improvisava e levava a banda junto com ele, dinâmicas incríveis e uma pegada de mão direita que eu nunca tinha visto antes, nem depois! Sentimento puro, foi uma experiência inesquecível e sou muito grato de ter tido esta chance. Infelizmente ele morreu muito cedo, imagino o que ele estaria fazendo com o violão hoje…
Saudades do choro de Raphael Rabello.
Fonte: Yahoo

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