domingo, 2 de janeiro de 2011

Filme do mitológico Capitão América é projeto mais ambicioso dos estúdios Marvel




LONDRES - Não há como negar a decepção. Chris Evans, cabelo liso jogado para o lado numa franja, se protege do gélido outono inglês vestindo um enorme casaco por cima de uma camisa negra e uma gravata. Calça jeans e tênis dão um tom jovial, mas não há nem sinal do uniforme vermelho, branco e azul, marca registrada do Capitão América, personagem mitológico das HQs. "Capitão América: o primeiro Vingador", que chega aos cinemas brasileiros no dia 29 de julho, é um dos filmes mais aguardados de 2011.
Uma produção estimada em mais de US$ 140 milhões, o longa-metragem é considerado pelo chefão da Marvel Studios, Kevin Fiege, sua última joia da coroa a receber tratamento de luxo de Hollywood. Durante 12 anos, a Marvel lutou à cata de um roteiro à altura do Sentinela da Liberdade (apelido do herói), que tivesse coerência (e relevância política) após os atentados de 11 de Setembro de 2001.
- É o nosso projeto mais ambicioso. Além de ser um de nossos calendários de filmagem mais extensos, o número de explosões, a quantidade de veículos criados especialmente para o filme, incluindo tanques gigantescos, faz dele nossa maior produção cinematográfica - diz o produtor Stephen Broussard.
A reportagem do GLOBO acompanhou de perto o 73º dia de filmagens de uma maratona com duração de quase três meses. Na ocasião, filmava-se a explosão do laboratório comandado pelo personagem do ator Dominick Cooper, Howard Stark (pai de Tony Stark, o Homem de Ferro, vivido no cinema por Robert Downey Jr.). Evans, de 29 anos, conhecido dos fãs da Marvel por seu Tocha-Humana nas duas encarnações hollywoodianas do Quarteto Fantástico, explode em músculos por baixo da roupa. O ator se submeteu a uma dura rotina de exercícios para a transformação central do filme: a do franzino Steve Rogers no supersoldado criado para defender a democracia.
- Não vou mentir. Não sei, por exemplo, dirigir moto. Não rola. E o Capitão pilota uma Harley-Davidson. O dublê, no caso, é que se vira. Mas fiz a maioria das cenas de ação, especialmente as que exigem ângulo de filmagem mais estreito - conta o ator.
A câmera em questão é a de Joe Johnston, diretor de "Parque dos dinossauros III" e "O lobisomem", ou, mais importante, um dos responsáveis, no início de sua carreira, pelos efeitos visuais de "Os caçadores da arca perdida".
- Que vem a ser, não por acaso, o meu filme favorito de todos os tempos. A conexão, para mim, é clara. O espírito da aventura em uma época específica da História estará presente no nosso "Capitão América" também - diz Broussard.
A comparação com uma das marcas de maior sucesso do cinema de entretenimento não é involuntária. Do sucesso de "Capitão América" depende a próxima empreitada do estúdio criado exclusivamente para levar ao cinema os heróis Marvel: "Os Vingadores". Com direção de Joss Whedon, roteirista do primeiro "Toy Story", o projeto reunirá Downey Jr., Evans, Scarlett Johansson (Viúva-Negra), Mark Ruffalo (Hulk), Jeremy Renner (Gavião Arqueiro), Chris Hemsworth (Thor) e Samuel l. Jackson (Nick Fury), no maior desfile de mascarados da História. A estreia deve ser em 2012, e Chris Evans já assinou, entre sequências do Capitão América e dos Vingadores, um contrato milionário de seis filmes.
- Quando começamos as filmagens, morri de medo. Mas logo pensei como é bom ganhar a vida fazendo aquilo de que mais gosto. E hoje digo a você, com a maior sinceridade: jamais trocaria a oportunidade de encarnar o Capitão América no cinema por qualquer outro filme. É o máximo! - diz.

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